O plantio da segunda safra de milho começa em janeiro de 2025, mas a compra de sementes, fertilizantes e até a venda antecipada de parte da produção começa bem antes. O que chama atenção dessa vez é o atraso nessas negociações.
Uma pesquisa divulgada pela consultoria norte-americana StoneX revelou que 26% das compras de adubo para o primeiro semestre de 2025 foram feitas até agora, percentual abaixo da média dos últimos 3 anos, o que indica cautela nas compras para a safra nova de inverno. A região Centro-Oeste do Brasil é a que tem o índice de compras mais adiantado até o momento, com 37% das compras fechadas, acima da média do país.
Outra consultoria, a Agrinvest Commodities, apontou que cerca de 60% da demanda de insumos para o milho safrinha no Brasil ainda está aberta, o que é historicamente elevado e gera preocupações no setor pelo risco logístico e dúvidas sobre fornecimento de produtos entre revendas e misturadores.
A incerteza com as margens do negócio de milho é um dos aspectos que explica essa lentidão. A relação de troca entre uma saca de milho e a quantidade de fertilizante que ela compra, piorou. Ou seja, o agricultor precisa de mais sacas de milho para comprar a mesma quantidade de adubo de antes. No caso do milho em relação ao MAP, a relação de troca é a menos favorável desde julho de 2022. Para a ureia, a relação de troca está 7% pior que no mesmo período do ano passado, indica levantamento da CNA.
Os negócios para a segunda safra devem ganhar algum ritmo à medida que os preços do milho melhorarem.