A guerra entre Rússia e Ucrânia ganhou um novo capítulo após a Ucrânia usar pela primeira vez mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos. Em resposta, a Rússia disparou um míssil intercontinental contra o território ucraniano, elevando as tensões em plena transição de governo nos Estados Unidos, de Joe Biden para Donald Trump. Esse cenário trouxe impactos imediatos no mercado: o petróleo chegou a subir 2% nesta quinta-feira e tocar em US$ 70 o barril. O dólar avançou mais de 1% e superou R$ 5,84. Fatores que reforçam a percepção de risco global diante da perigosa escalada das tensões no leste europeu.
E por que isso impacta o agro? A Rússia e a Ucrânia são gigantes no mercado de grãos: com destaque na produção de trigo, milho e girassol, além de fertilizantes e diesel. Qualquer interrupção nesses fluxos afeta diretamente a formação do preço da commodity global e pode também afetar os custos de produção com combustíveis e insumos.
A guerra dá sinais de que está próxima de atingir um ponto crítico, com possibilidade de uso de armas nucleares pelo presidente russo, Vladimir Putin. A entrada de novos armamentos dos Estados Unidos pode desencadear um conflito ainda maior e espalhar a tensão por outros países da Otan.
Para o agro, o impacto é claro: se o conflito avança, aumenta também o risco de interrupções na oferta e logística global de fertilizantes e combustíveis, insumos básicos para produção agrícola. Do outro lado, problemas na produção e fornecimento de grãos destes países podem aumentar os preços internacionais e a demanda por grãos brasileiros ao mercado mundial.
A guerra entre Rússia e Ucrânia é um evento que afeta diretamente e indiretamente a economia do campo e por isso um evento geopolítico de grande importância para ser monitorado com atenção, especialmente após os novos fatos dessa semana.