A decisão do banco central dos Estados Unidos de reduzir as taxas de juros em meio ponto percentual, para até 5% ao ano, é um movimento importante, que não acontecia desde a pandemia, há quatro anos. Essa redução nas taxas tende a favorecer investimentos de maior risco no mercado, incluindo commodities agrícolas.
No gráfico, é possível ver a relação clara entre as taxas de juros nos EUA e os preços das commodities agrícolas. À medida que a taxa de juros americana está mais alta, o índice de preços agrícolas fica mais baixo e vice-versa. Essa correlação sugere que taxas de juros mais baixas nos EUA podem levar a preços mais altos para as commodities agrícolas.
Embora o corte inicial de 0,50 ponto percentual na taxa de juros dos Estados Unidos seja importante, a perspectiva de futuro é mais relevante. O economista da GV Agro, Felipe Serigatti, me disse que há expectativa de que um possível ciclo de baixa de taxas em grandes economias — incluindo a Zona do Euro e o Reino Unido — possa deslocar investimentos de títulos do governo para ativos mais arriscados, como as commodities. Já o economista André Perfeito sugere que é melhor não superestimar o ritmo e os impactos desses cortes de juros lá nos Estados Unidos.
O agro brasileiro está profundamente integrado aos mercados internacionais, por isso, entender e antecipar essas tendências globais pode favorecer a gestão do negócio. A mudança nas taxas de juros dos EUA pode influenciar significativamente os fluxos de capital no mundo e os preços das commodities. No entanto, a relação entre a queda de juros e o aumento de preço agrícola não é automática ou garantida, dado que há uma variedade de outros fatores que impactam a formação de preços, desde as condições climáticas, mudanças de demanda e claro, os fluxos financeiros.
