No segundo trimestre de 2024, 214 produtores rurais que atuam como pessoa física no Brasil solicitaram recuperação judicial, um aumento em comparação aos 106 pedidos registrados no primeiro trimestre. Os dados inéditos divulgados nesta sexta-feira pelo Serasa Experian refletem fatores que impactaram financeiramente o setor, entre eles: perdas de produção por problemas climáticos, alta dos custos, alta de juros e queda nos preços das commodities agrícolas.
Ainda que as dificuldades econômicas enfrentadas por alas do agro e os dados de RJ chamem atenção, é importante ponderar: o agro não está na pior. Para cada 10.000 produtores que tomaram crédito, menos de 2 solicitaram recuperação judicial. Tomando como base os dados do Serasa, que apontaram 214 casos de pedidos de recuperação judicial em um universo de 1,4 milhão de produtores rurais. É uma fração muito pequena de agricultores que recorreram à recuperação judicial.
No momento, os estados de Mato Grosso e Goiás lideram os pedidos de recuperação judicial, com 57 e 54 registros, respectivamente. Estados como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná também lideram os pedidos de RJ.
Outro ponto destacado no estudo é o porte dos produtores. Pequenos proprietários rurais foram os mais afetados, com 44 solicitações, enquanto os médios e grandes somaram, juntos, 71 pedidos. Arrendatários de terras figuram entre os mais endividados, somando 99 pedidos de recuperação judicial no período.
A concentração geográfica e o aumento dos pedidos de recuperação judicial entre pessoas físicas chama a atenção, mas é fundamental destacar que apesar dos desafios econômicos e climáticos que o setor agrícola enfrenta, a maioria está conseguindo honrar os compromissos assumidos.
