A soja está sendo colhida no Brasil e diversas consultorias atualizaram as estimativas de produção agora em fevereiro. A visão predominante é que será colhida a maior safra da história. Entre as cinco empresas do setor privado ouvidas por nós, a que projeta a menor oferta do grão é a Pátria Agronegócios, com estimativa de 165,87 milhões de toneladas. Redução de quase dois milhões em relação a janeiro e volume inferior ao projetado pela Conab, que é de 166,3 milhões de toneladas. No topo da lista, aparece a Safras & Mercado, com projeção entre 174 e 176 milhões de toneladas. A empresa divulgará ao meio-dia de hoje os novos números, que ficaram neste intervalo, adiantou a empresa para a Jovem Pan News.
A Safras & Mercado justifica a visão positiva pelas produtividades observadas em todas as regiões produtoras, com exceção do Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Apesar dos ajustes nos dois estados, o contexto geral aponta para uma ampla oferta de soja com colheitas ao redor de 80 sacas por hectare em várias áreas. A consultoria Céleres está com expectativa de 174 milhões de toneladas, reforçando o cenário de ampla oferta de soja.
Na outra ponta, a Pátria Agronegócios destaca que a queda para 165,87 milhões de toneladas em fevereiro decorre da redução nas estimativas de PR, MS e RS, estados que sofreram cortes de produtividade. A consultoria ressalta que, caso haja uma condição climática mais favorável com tempo aberto e sol na região central, a projeção de março pode trazer uma recuperação nas estimativas de produção.
Já a StoneX revisou a estimativa de produção para 170,9 milhões de toneladas em fevereiro, um pequeno recuo em relação aos 171,4 milhões de toneladas projetados em janeiro. Ainda assim, o volume segue sendo recorde. Houve ajustes em praticamente todo o país, com destaque para os cortes no Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul devido à seca predominante desde o final de dezembro.Nas outras regiões há produtividades muito favoráveis e os primeiros resultados da colheita surpreenderam positivamente. As revisões para cima em outras áreas do Brasil acabaram compensando parte das perdas causadas pela estiagem.
A Cogo Inteligência em Agronegócio também revisou para baixo sua projeção, estimando agora a safra em 167,78 milhões de toneladas, frente aos 170,58 milhões de toneladas previstos em janeiro. A redução foi puxada pela queda na produtividade média em função das estiagens no RS, MS, PR e SC.
A safra recorde consolida o Brasil como maior produtor de soja do mundo e deve ajudar com oferta ampla e reduzir a pressão nos preços de comida. Apesar dos desafios climáticos continuarem comprometendo a produção, outras regiões estão compensando com produtividade alta. Há cerca de 90% da produção para ser colhida e a grande oferta já começou a desafiar a logística. Tema para uma próxima conversa.
