O aumento da tensão geopolítica entre Irã e Israel, no Oriente Médio, está impactando o mercado de fertilizantes. A região é estratégica para o agro já que exporta insumos como a uréia, essencial para lavouras, como a de milho, por exemplo. Em 2024, Omã e Catar, juntos, representaram mais de 30% da ureia importada pelo Brasil. A guerra eleva riscos de interrupção na oferta e se soma à demanda global de uma licitação para compra de ureia na Índia e restrições de exportações chinesas. Fatores, que somados, explicam a alta no preço.
Nos últimos quinze dias, o preço da uréia subiu cerca de US$ 35 por tonelada no Brasil, chegando ao patamar de US$ 400. De acordo com a Agrinvest Commodities, pelo menos no curto prazo, a tendência de preço é para cima, em função da complicada situação no Oriente Médio.
A ureia é utilizada como adubo para o milho e os agricultores estão tomando decisões de compras para a safra de inverno, que deverá ser semeada a partir de janeiro no Centro-Sul do país. Para a safra de milho de 2025, em Mato Grosso, são necessárias cerca de 68 sacas para comprar uma tonelada de ureia, um pouco menos do que na mesma época do ano passado.
No caso do cloreto de potássio, adubo que Israel respondeu por quase 7% da origem do que usamos no Brasil neste ano, não houve impacto nos preços até o momento. Segundo a consultoria StoneX, a ampla oferta disponível aos compradores e os estoques elevados em alguns países consumidores explicam o quadro.
A situação no Oriente Médio exige atenção, pela importância na produção e exportação de adubos, como a uréia e cloreto de potássio para o Brasil. As incertezas relacionadas aos custos de frete, bombardeios em portos ou plantas produtoras, disponibilidade de produtos e preços devem permanecer enquanto a tensão geopolítica se propagar pela região.