O programa Hora H do Agro deste sábado, 5, analisou os efeitos da disparada das tensões no Oriente Médio após o Irã atacar Israel. O envolvimento direto do país na guerra ocorre após diversos bombardeios israelenses ao grupo extremista Hezbollah no sul do Líbano. Para o agro, o tema importa já que o Brasil envia principalmente milho, carne bovina e de frango para a região e importa fertilizantes. Para o professor de relações internacionais Samuel Feldberg, uma retaliação de Israel ao Irã poderia ser catastrófica.
Ainda no cenário internacional, o destaque foi a greve dos trabalhadores dos Estados Unidos, que paralisou as atividades em mais de 30 portos do país. Além do aumento na fila de navios que começaram a se acumular para embarcar e desembarcar produtos, o agro brasileiro sentiu os efeitos da paralisação de alguns dias, já que exporta principalmente carne bovina, celulose, café e suco de laranja. Enquanto isso, outro desafio é o congestionamento nos portos brasileiro, que já afeta as exportações de cargas conteinerizadas do Brasil.
Outro tema abordado no programa foi se o agronegócio está ou não em crise. A recente recuperação judicial de uma importante empresa varejista de insumos agrícolas acendeu um alerta sobre a saúde financeira das empresas do setor. Os impactos do clima na produção agrícola somados à queda dos preços de algumas commodities e redução das margens dos produtores rurais deixaram o cenário dentro e fora da porteira mais desafiador. Na semana, um representante do Ministério da Agricultura disse que o agro está sim em crise e projetou que mais companhias do agro podem entrar com pedido de recuperação judicial. Dias depois, ele foi exonerado do cargo.