A recente escalada das tensões no Oriente Médio tem gerado um alerta no setor agro, que monitora de perto os impactos potenciais dessa crise sobre o comércio internacional e a logística global. O Brasil, um dos maiores exportadores agrícolas do mundo, mantém importantes negócios com a região, especialmente no envio de alimentos, como carnes, e compra insumos de lá, a exemplo de fertilizantes. Qualquer desestabilização nas rotas marítimas, nos custos de frete ou alta do petróleo podem gerar custos adicionais ao agro brasileiro.
A relação entre o Brasil e o Oriente Médio no campo agrícola é estratégica. Em 2023, aproximadamente 20% dos fertilizantes utilizados no Brasil foram importados de Israel. Além disso, a região é um dos principais destinos das exportações de carne bovina e de aves brasileiras, com parceiros a exemplo da Arábia Saudita sendo um dos nossos maiores clientes. Já o Irã está entre os principais compradores do milho brasileiro. Tudo isso torna o Oriente Médio um parceiro comercial crucial.
As tensões por lá tendem a continuar e o petróleo poderá continuar a subindo, já que no Oriente Médio estão uma das maiores reservas globais do óleo. Com essa perspectiva, diminuiu o espaço para queda do diesel e da gasolina no Brasil. As rotas marítimas enfrentam dificuldades, com incertezas sobre a segurança das embarcações, o que pode obrigar empresas a mudar os trajetos dos navios e assim, aumentar os prazos de entrega e elevar os custos de mercadorias. Embora o comércio não tenha registrado grandes prejuízos até o momento, o cenário de conflito adiciona desafios.
Algumas empresas já sinalizam para a necessidade de adaptação com a possibilidade de guerra prolongada. A segurança das rotas de transporte, elevação de custo logístico e a volatilidade dos preços do petróleo devem continuar.