O Ministério da Agricultura confirmou um caso da doença de newcastle em uma granja comercial em Anta Gorda, no Rio Grande do Sul. A doença é viral, contagiosa e pode levar os animais à morte. É obrigatório que o país notifique a Organização Mundial de Saúde Animal sobre o caso.
Em nota, o governo destacou que o consumo de produtos avícolas inspecionados pelo serviço veterinário oficial permanece seguro e sem contraindicações. Há temor no agro brasileiro de suspensão da compra de frango por parte de clientes internacionais e isso poderia ocorrer apenas para o produto do Rio Grande do Sul ou de outras regiões do Brasil. Para evitar embargos, mesmo que temporários, o secretário de relações internacionais do Ministério da Agricultura, Roberto Perosa, me disse que os principais clientes estão sendo informados sobre as providências que estão sendo tomadas, a exemplo do abate de todas as aves da granja infectada.
O Brasil é o maior exportador de frango do mundo, respondendo por cerca de 40% do mercado global. O Rio Grande do Sul é o terceiro produtor do Brasil e entre os principais clientes do estado estão Japão, Emirados Árabes e China, indica a consultoria Safras&Mercado.
Em relatório, o Itaú BBA aponta potencial paralisação das exportações de frango por conta da doença e impactos na JBS e BRF, maiores empresas de proteína animal do Brasil. Em 2023, cerca de 25% da receita da BRF esteve vinculada às exportações brasileiras de frango, enquanto a JBS tem exposição de 6% na receita.
Uma eventual suspensão nas exportações de frango poderia gerar aumento da oferta da proteína e impactar o mercado. A depender da proporção e do local que sofreria a restrição.
O Brasil é o maior exportador global de carne de frango e o apontamento rápido de zoonoses como a NewCastle revelam que a nossa biosseguridade está funcionando. Bom para o consumidor brasileiro, bom para o avicultor, bom para as empresas e para o comprador internacional.