A Petrobras anunciou nesta semana o primeiro aumento do preço da gasolina do ano. O reajuste ficou em R$ 0,20 por litro, ou cerca de 7,18%. Já o diesel, que é um dos principais insumos usados na produção agropecuária e que figura entre os principais custos de produção no agronegócio, ficou de fora do reajuste apesar de ter uma defasagem em relação ao mercado internacional entre R$ 0,48 e R$ 0,54 por litro, a depender do polo de operação, segundo cálculos da Abicom.
Diante disso, a pergunta é: a Petrobras está preparando a alta do diesel?
Para tentar encontrar uma resposta bastante precisa para essa pergunta, nós ouvimos diferentes profissionais que trabalham com o mercado de combustíveis no Brasil. A conclusão é que não há consenso se a Petrobras está mesmo preparando a alta do diesel. Por que?
Porque alguns analistas, como o Pedro Rodrigues, do CBIE, afirmam ser praticamente impossível prever tendências já que não há clareza sobre qual é a política de preços de combustíveis adotada pela estatal. Vale lembrar que a Petrobras não segue mais a paridade de importação, que é quando o preço acompanha o mercado internacional. A Raion Consultoria acredita que a Petrobras pode aumentar a qualquer momento o preço do diesel e estima um reajuste de R$0,40 por litro para equalizar o valor interno com o mercado externo. A StoneX afirma que parece ser algo iminente o reajuste do diesel. A Abicom diz que é esperado que a Petrobras anuncie o reajuste para o diesel,assim como fez para a gasolina. A alta do dólar também contribui para o aumento de preços, além da defasagem em relação ao mercado internacional.
Em síntese, enquanto pairam dúvidas sobre qual a política de preço da estatal, poucos se arriscam a afirmar com convicção que o preço do diesel subirá. Para o agro, que tem no diesel um dos principais itens do custo de produção, é hora de fazer conta e avaliar com critério as alternativas para diminuir o risco de pagar mais pelo combustível em mais dia, menos dia.